quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Os 10 locais míticos do rock

Pra quem não sabe Míticos = Mitos

O rock surgiu como um gênero musical profano, expressão da rebeldia e de pensamentos e atitudes sacrílegas da juventude. Mas à medida que tornou-se um fenômeno mundial e de massa, surgiram também ídolos e mitos no universo roqueiro. Isso fez com que, por mais paradoxal que seja em relação às suas origens, o gênero deixasse entre seu legado alguns lugares que passaram a ser reverenciados de forma quase sagrada pelos fãs.
Esses "templos sagrados" do rock são estúdios de gravação, locais de shows, residências e até mesmo sepulturas, que tornaram-se ícones de algum grupo, artista ou momento da história do rock. Apesar de "sagrados", alguns já desapareceram fisicamente, enquanto outros ainda são lugares de peregrinações de roqueiros do mundo inteiro.

1. Fillmore (São Francisco)

O Fillmore Audiotorium, em São Francisco, na Califórnia (EUA), foi durante a segunda metade dos anos 60 a meca da contracultura hippie e do rock psicodélico deste lado do Atlântico. Foi lá que se desenvolveu boa parte da cena hippie com as apresentações de bandas como The Grateful Dead, Jefferson Airplane e The Doors, além de históricos shows de expoentes do psicodelismo como Jimi Hendrix, Pink Floyd e The Who. Responsável pelo sucesso do Fillmore, o produtor Bill Graham levou sua experiência também para a costa leste abrindo uma "filial" do Fillmore em Nova York. O Fillmore East logo se tornou um dos centros da cena roqueira na cidade. Desde o fechamento dos dois no começo dos anos 70, eles tornaram-se lendários, a ponto de nos anos 90 o local original do Fillmore de São Francisco ter sido totalmente reformado e reaberto

2. Woodstock (Bethel)

Em agosto de 1969, uma fazenda no interior do estado de Nova York (EUA) foi o palco do, até então, maior evento do rock e do movimento hippie. O Festival de Woodstock reuniu três dezenas de expoentes do rock - entre eles, Jimi Hendrix, The Who e Janis Joplin - e uma multidão de 500 mil pessoas durante três dias de shows e convivência baseada na filosofia da "paz e amor". Apesar de levar o nome e a fama, a cidadezinha de Woodstock não foi a sede do evento. O protesto dos moradores locais contra a previsível invasão hippie e o temor de confusões levou o festival a ser transferido para a vizinha Bethel. É lá que encontra-se atualmente uma placa que indica o local onde aconteceu um dos mais importantes festivais musicais de todos os tempos. Apesar de Bethel ser o  lugar "sagrado" onde os hippies celebraram o auge de seu movimento, o nome e a marca cultuada até hoje pelos roqueiros é a de Woodstock.

3. Père-Lachaise (Paris)

O rock não escapou do culto aos seus mortos célebres. Tanto é verdade que um dos locais sagrados do gênero é o túmulo de Jim Morrison, vocalista do The Doors, no cemitério Père-Lachaise, em Paris (França). A sepultura de Morrison, localizada num dos mais famosos cemitérios do mundo - lá estão enterrados Oscar Wilde, Marcel Proust, Frédéric Chopin e Molière, entre outros -, é local de peregrinação de fãs que vêm de todas as partes do mundo. A agitação é tanta em torno do túmulo que parentes de várias pessoas sepultadas lá solicitaram a transferência dos restos mortais do vocalista para outro local. Tudo em vão, já que o contrato de locação da sepultura de Morrison é perpétuo, o que deve manter esse pedaço do Père-Lachaise um dos pontos sagrados do rock por muito tempo ainda.

4. Factory Records e Haçienda (Manchester)

A Factory Records e o clube Haçienda foram os templos sagrados do pós-punk nos anos 80. Tanto a gravadora como a casa de shows reuniram os grupos que definiram a essência do que ficou conhecido como "som de Manchester", uma produção musical que misturou as sonoridades do punk, da música eletrônica e batidas dançantes com letras que refletiam sentimentos e experiências daquela região geográfica da Inglaterra. A atmosfera cinzenta da industrial Manchester refletia nas canções de Joy Division, New Order, The Smiths, The Stone Roses e Happy Monday. A Factory e o Haçienda, que chegou a ser considerado um dos melhores clubes noturnos do mundo no começo dos anos 90, eram espaços alternativos que viabilizaram o lançamento de várias dessas novas bandas do cenário local. A história dessas duas iniciativas é contada no filme "A Festa Nunca Termina" (direção de Michael Winterbottom, 2002). A casa que sediou a Factory Records, no subúrbio de Manchester, é atualmente uma residência. Já o clube Haçienda, que foi definitivamente fechado em 1997, foi demolido e deu lugar a um conjunto de apartamentos.

5. A encruzilhada (Clarksdale)

Entre as mais famosas lendas do rock, há uma sobre o pacto que o bluesman Robert Johnson teria feito com o diabo para tornar-se um dos melhores guitarristas do blues. Como Johnson é considerado um dos mais influentes músicos sobre vários astros do rock, entre eles, Robert Plant, Eric Clapton, Keith Richards e Mick Jagger, o local onde ele teria supostamente vendido sua alma ao demônio tornou-se lendário e um dos pontos míticos da história do rock. Segundo as narrativas sobre a vida de Johnson, o ponto escolhido para o encontro foi o cruzamento das rodovias 61 e 49, localizado na cidade de Clarksdale, no Mississippi (EUA). A encruzilhada, em que Johnson teria prometido sua alma ao diabo em troca de sucesso, numa atualização da lenda de "Fausto", está localizada na rota mais usada pelos negros que migravam do sul pobre para as grandes cidades do norte dos Estados Unidos no começo do século 20. Por conta desse fluxo de bluesmen, a U.S. Highway 61ficou conhecida como “rota do blues” e foi imortalizada na canção e no álbum “Highway 61 Revisited”, de Bob Dylan.

6. Sun Records (Memphis)

Esse pequeno estúdio de gravação em Memphis, no Tennessee (EUA), é uma espécie de santuário para os roqueiros, pois é considerado um dos berços do rock'n'roll. Fundada em 1952 por um visionário produtor musical chamado Sam Phillips, a Sun Records não só foi a gravadora dos primeiros discos do futuro rei do rock, Elvis Presley, como também foi de seus estúdios que saíram as primeiras gravações de alguns dos mais famosos pioneiros no gênero, como Jerry Lee Lewis, Carl Perkins, Roy Orbison e Johnny Cash. A fusão das variações do blues com as da música country nos estúdios da Sun Records rompeu barreiras artísticas, raciais e sociais e fez o mundo conhecer o rock como um fenômeno musical e de comportamento jovem. A Sun Records é um dos poucos lugares "sagrados" do rock que permanece preservado e aberto à visitação dos fãs.

7. Cavern Club (Liverpool)

Ele ainda é um dos pontos no planeta mais reverenciados pelos roqueiros, apesar do Cavern Club original ter sido demolido em 1973. Localizado em Liverpool (Inglaterra), essa mistura de bar e casa de show foi considerado um dos mais famosos clubes do mundo após os Beatles realizarem quase 300 shows nele, entre 1961 e 1963, isto é, no período em que saíram do completo anonimato para se tornarem os quatro mais importantes rapazes de Liverpool da história. Foi no Cavern Club que eles conheceram Brian Epstein, o empresário que foi fundamental para a ascensão do grupo e que ficou conhecido como o "quinto beatle". O prédio do clube foi demolido em 1973, mas nos anos 80 ele foi reconstruído em parte do terreno onde o Cavern Club original existia e com as mesmas características do tempo em que os Beatles tocaram por lá.  

8. CBGB (Nova York)

Outro espaço fundamental na história do rock que não sobreviveu à especulação imobiliária foi o clube noturno CBGB, berço do punk e da new wave em Nova York. Nascido em 1973 como uma casa alternativa de shows voltada para novas bandas, o CBGB recebeu em seus palcos os primeiros shows dos Ramones, Television, Richard Hell e Voidoids, Patti Smith Group, Talking Heads e Blondie. O nome oficial do clube era  CBGB & OMFUG, o que significa Country, Blue Grass, Blues & Other Music For Uplifting Gormandizers. Fechado em 15 de outubro de 2006, devido a uma disputa imobiliária, o pequeno clube underground novaiorquino tornou-se lendário, não só pelos movimentos musicais e pelos artistas que concentrou como também por ter sido um modelo de casa de show alternativa que foi adotada em várias grandes cidades do planeta.

9. Abbey Road (Londres)

Último álbum original dos Beatles a ser gravado, mas o penúltimo lançado, Abbey Road é o nome de uma rua em Londres, onde os quatro rapazes de Liverpool aparecem na capa do álbum atravessando a faixa de segurança, e também é o nome do estúdio onde os Beatles gravaram a maior parte de seus discos. Apesar de ter gravado outros importantes artistas e grupos, antes e depois do quarteto de Liverpool, como Cliff Richards e Pink Floyd, a identificação de Abbey Road - o estúdio e a rua - é mais intensa com os Betales, até porque a foto na capa do álbum "Abbey Road" é  uma das "evidências" de uma das mais famosas lendas do rock. Rumores sobre a possibilidade da venda do estúdio de gravação têm feito o governo britânico e artistas, incluindo Paul McCartney, a  se mobilizarem para preservarem esse que é um dos locais mais "sagrados" para os roqueiros. 

10. Graceland (Memphis)

O local mais sagrado do rock não poderia ser outro senão o lugar onde o rei do rock passou boa parte de sua vida e morreu. Local de peregrinação de fãs do mundo inteiro, Graceland foi a residência de Elvis Presley entre 1957 e 1977. Localizada em Memphis, no Tennessee (EUA), cidade que foi um dos berços do rock, a mansão de Elvis tornou-se um lugar não só histórico mas também místico. Segunda residência mais visitada nos Estados Unidos - atrás apenas da Casa Branca -, Graceland oferece várias atrações para os fãs, que podem conhecer o estilo de vida do rei do rock e várias peças originais usadas nas composições de suas canções e em seus shows, além das impressionantes coleções de carros e de discos de ouro conquistados por ele. No quintal da casa, num lugar chamado de "Jardim das Meditações", encontram-se os jazigos de Elvis Presley e seus pais, e este é o destino final das milhares de pessoas que fazem uma verdadeira romaria todo ano no dia 16 de agosto, data da morte de Elvis Presley. 

3 comentários:

  1. belo post, só acho babaca essa coisa de não compartilhar, habilite esse botão direito pra todos!, e se você acha que eu não copiei...lêdo engano!

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  2. Tem o Tumulo do John Lennon e a estátua de Bon Scott na Austrália.

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  3. Amo rock, cresci ouvindo Ramones, até ficava esperando o cd chegar na loja. Já assisti shows do Mark Ramone e do Richie Ramone.
    Acho uma pena a especulação imobiliaria acabar com lugares como o CBGB, que deveriam ser eternizados.
    Essa situação realmente me incomada pq além de fã de rock n' roll, sou arquiteta. E vejo essa falta de amor pelo patrimonio histórico-cultural acontecer em vários lugares.

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